Mulheres que fizeram historia
- Cristina Saraiva Figueirêdo
- 16 de ago. de 2022
- 6 min de leitura
Atualizado: 30 de ago. de 2022

foto acima(Joni Eareckon Tada )
Khatarina Lutero (1499-1552)
Nascida em 1499, khatarina perdeu a mãe e teve que estudar num convento, onde permaneceu até 1523. Lá, ela aprendeu a ler e escrever, algo raro na época para mulheres, e teve acesso aos escritos de Martinho Lutero; seus princípios tocaram seu coração e ela fugiu do convento, casou-se com Lutero dois anos depois tiveram seis filhos e adotaram quatro.
Khatarina abriu as portas de sua casa para monges, freires e padres que se tornaram adeptos da reforma e precisavam se refugiar mesmo sabendo da possibilidade de sofrer perseguição e uma invasão ao seu lar. Em alguns momentos a casa chegou a ser habitada por 25 pessoas, sem contar Lutero e as crianças órfãos de que cuidavam; eles não se negavam a ajudar um necessitado e ofereciam dinheiro a quem precisava. Até as porcelanas que Khatarina ganhou de presente de casamento foram vendidas para conseguir dinheiro e abençoar aqueles que lutavam pela a mesma causa.
Ela ainda esteve ao lado de Lutero em um dos momentos mais difíceis de sua vida, a morte de uma de suas filhas, fato que colocou o marido em depressão. Não escreveu nenhum livro, nem fez pregações, mas apoiou o marido e o encorajou em todo o tempo.
Susannah Wesley (1669-1742)
Dizem que, se John Wesley foi o pai do metodismo, Susannah foi a mãe, ela é apontada como a maior influência religiosa do filho, condutor de uma grande obra de avivamento na Inglaterra no século 18. Filho de uma família de puritanos (membros de uma seita presbiterianos rigoristas) ingleses, ela aceitou ir para a igreja Anglicana, onde seu marido Samuel Wesley exercia ministério de pastor na pequena paróquia de Epworth, na Inglaterra. Para Susannah a maternidade incluía a responsabilidade de educar e formar homens e mulheres de Deus. Ela foi responsável pela a alfabetização e evangelização dos 19 filhos.
Conta o escritor Mateo Lelievre, autor da biografia de John Wesley “Sua vida e obra” (editora vida), que certa vez, seu marido disse-lhe “acho admirável sua paciência, porque você repetiu a mesma coisa nos ouvidos dessa criança nada menos que 20 vezes”; ela respondeu: teria perdido meu tempo se o tivesse repetido somente dezenove, pois foi só na vigésima vez que cumpri meu objetivo.
Essa criança era John Wesley que algum tempo mais tarde sobreviveu a um incêndio criminoso na casa da família e passou a ser visto pela a mãe como alguém com uma missão especial. Susannah passou por privações físicas e materiais e somente nove dos 19 filhos chegaram a idade adulta, mas ela cumpriu de forma diligente sua missão e foi citada por Wesley em diversas cartas e livros.
Sarah Poulton Kalley (1825-1907)
Sarah nasceu em Nolttigham Inglaterra, e casou-se com Robert Reid Kalley, um médico que tratou seu irmão da tuberculose, juntos estiveram nos EUA em 1853, em visita aos crentes portugueses refugiados em Jacksonville e Springfield por conta da perseguição religiosa sofrida na ilha de madeira.
Em 1855, Sarah acompanhou o marido ao Brasil, onde os dois se dedicaram a atividades missionárias e inauguraram em 1858 no Rio de Janeiro a igreja evangélica do país, da qual se originaram outras que mais tarde constituíram a denominação congregacional. Sarah fundou ainda, a primeira sociedade de senhoras e foi autora de hinos cantados em igrejas evangélicas até o século XX; como o casal não teve filhos adotou duas crianças brasileiras. A amizade do seu marido com Dom Pedro II colaborou para a liberdade religiosa e para o trabalho evangelístico.
Ao regressar definitivamente à Inglaterra, Sarah fundou a missão “Help for Brasil”, que mais tarde se reuniu a outras entidades para constituir a “União Evangélica Sul Americana” (U.E.S.A.)
Catherine Booth (1829-1890)
Catherine nasceu no condado do Derbyshire Inglaterra, desde bem nova era reconhecida como séria, religiosa e sensível. Aos 14 anos, uma enfermidade na coluna a obrigou a deixar a escola, mas ainda assim, foi uma brilhante aluna e estudou teologia, história, geografia e filosofia. Filiou-se numa igreja metodista e suas inquietações sociais fizeram com que se comprometesse com a “Band of hope”, uma sociedade de temperança para meninos e adolescentes da classe operaria fundada em 1847, onde os membros faziam cotos de abstinência total (alcoólica) e faziam também propaganda contra as bebidas alcoólicas; por esse tempo Catherine também foi ativista da “Temperance Movement”, escrevendo cartas sobre este problema a numerosos jornais e autoridades.
Ela conheceu Willian Booth em 1852 numa pregação em sua igreja e se casou três anos depois, juntos eles começaram a dar assistência aos pobres da cidade; eles saiam pelas as ruas convidando a todos para seus cultos nas tendas armadas na rua e muitas vezes, Willian chegava em casa molhado de bebida e ovos podres que eram jogados nele durante as cruzadas. Quase todos os seus oito filhos trabalhavam com eles na missão e em pouco tempo foram para o EUA estabelecer o mesmo trabalho. O exercito de salvação nasceu em 1878 e hoje atende pessoas em 94 países verdadeiramente um grande final para uma mulher. Catherine ficou doente mas continuou a cuidar de seus oito filhos e dar-lhes educação caseira.
Aimée Semple McPherson (1890-1944)
A fundação da igreja do evangelho Quadrangular nasceu no Canadá. Mas foi em viagens missionárias pelo o mundo que Aimée realizou curas e milagres e ficou muito conhecida, pois usava métodos modernos de evangelismo para a época, especialmente o rádio. Aimée fez sua primeira viagem transcontinental em seu carro com uma frase: “carro do evangelho” e “Jesus voltará, prepare-se”!
No dia 1 de janeiro de 1923, foi inaugurado o templo sede internacional Angelus Temple com capacidade para 5.000 mil pessoas e Aimée dirigia 21 cultos por semana, 33 dias depois foi inaugurado o Instituto de treinamento Evangelístico e missionário e em 6 de fevereiro de 1924, ela consagrou a primeira rádio pertencente a uma igreja nos EUA e a terceira emissora em Los Angeles, a KFSG, Aimée também foi autora de vários livros. Durante sua jornada foi perseguida e passou por muitos problemas de saúde, mas perseverou e atualmente, a igreja do evangelho Quadrangular já está presente em 146 países ao redor do mundo. Sua sede mundial ainda fica em Los Angeles, California (EUA), mas a igreja funciona de forma autônoma em cada país.
Edith Shaeffer (1914-2013)
Shaeffer nasceu em Wenzhou, China, filha de missionários que trabalhavam no interior da China. Casou-se com Francis Shaeffer e, para que seu marido pudesse terminar o seminário, costurou ternos masculinos e fez becas e vestidos de noivas para clientes particulares, após três anos servindo em ministério pastoral ativo nos EUA, os Shaeffers mudaram-se com a família para a Suíça em 1948 para ajudar igrejas em seus esforços de resistir tanto liberalismo na teologia quanto ao existencialismo na cultura após a segunda guerra mundial.
Em 1955, fundaram na Suíça a L’Abri (termo francês que significa abrigo) quando começaram a abrir a casa para receber estudantes em busca de respostas as suas perguntas sobre Deus, o mundo e suas vidas pessoais. A partir daí foram fundadas comunidades L’Abri na Inglaterra, Holanda, Suécia, América, Canadá e Coréia.
Em 1960, L’Abri tinha se tornado tal fenômeno que atraiu os olhos da revista Time, Edith escreveu ou co-escreveu 20 livros, dois a menos que seu marido. Dois de seus livros “Aflição” e “the tapestry: The Life and Time of Francis and Edith Shaeffer”, recebendo o premio Medalhão de Ouro da Associação de editoras Cristãs evangélicas (Evangelical Christian Publishers Association), foi reconhecido pela a sua hospitalidade pela a defesa da família.
Corrie Tem Boom (1892-1983)
Cornélia Tem Boom conhecida como “Corrie”, fazia parte da Igreja Reformada, de tradição Calvinista e era costume em casa começar e acabar o dia com uma leitura bíblica, canções e orações. Em 1940, quando os nazistas invadiram a Holanda, rapidamente foram organizados comitês de resistência, alguns nas próprias igrejas. A família de Corrie livrou vários judeus da morte, escondendo-os num quarto secreto em sua casa; mas pagou um preço altíssimo por isso, com a prisão dela, de sua irmã e do pai; apesar da dor e humilhação, muitas mulheres se converteram ao Cristianismo por causa do testemunho de Corrie e Betsie.
Corrie saiu da prisão em 1944 e um ano depois publicou seu primeiro livro de uma série que viria depois. Aos 53 anos de idade, começou um ministério mundial para difundir a sua fé e as suas experiências em igrejas, universidades, escolas, cárceres etc... que a levou a viajar 60 países nos 33 anos seguintes de sua vida.
Em 1968, o museu do Holocausto em Jerusalém (Yad Yashem) pediu-lhe que plantasse uma arvore em memória das muitas vidas de Judeus que ela e sua família salvaram. Na década de 70, Corrie contou a história de sua família e seu trabalho durante a segunda guerra mundial em outro livro, O refúgio Secreto (1971), que foi levado ao cinema em 1975.
Joni Eareckon Tada (1949)
Tetraplégica desde um mergulho imprudente na adolescência ficou mundialmente conhecida nos anos 70 como ativista em luta permanente pelos direitos e pela qualidade de vida de pessoas com deficiência física. Escreveu suas experiencias durante a reabilitação e as publicou em 1976em uma autobiografia, que se tornou um best-seller internacional ”Joni: The Unforgettable story of a Young woman’s struggle against quadriplegia & depression”. (Joni: a inesquecível história da luta de uma jovem contra a tetraplegia e depressão). o livro deu origem ao filme, onde ela foi a atriz principal à frente do ministério Joni e amigas percorre o mundo em sua cadeira de rodas oferecendo esperança as pessoas. Até hoje sua instituição já distribuiu mais de 50 mil cadeiras de rodas, além de aparelhos ortopédicos, próteses e todo tipo de auxílio a deficientes físicos, sobretudo nos países mais pobres; além da palavra de esperança e salvação, mensagem de que Joni nunca abriu mão de anunciar.
Joni recebeu diversos prêmios e reconhecimentos, entre eles em 2005 foi indicado ao comitê consultivo de deficiência física do departamento de estado dos EUA.
E então, qual a sua história ? conte-nos sua experiencia de vida.
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